sexta-feira, 8 de outubro de 2010

We'll Sleep In The Rain

Prólogo







Eu sentia os pingos de chuva se misturarem as lágrimas que rolavam em meu rosto. Sentia aquela angustia roçar minha garganta, me atiçando a gritar, não de dor, muito menos de raiva, mas simplesmente de tristeza.
Aquele cheiro de flores me deixava enjoado, nunca gostei muito de perfumes, porém aquele cheiro de flores era o mais insuportável de todos, era o que me fazia lembrar o porque de eu estar naquele lugar. E havia algo que me irritava acima de tudo; a maldita chuva. O céu que passara a manhã inteira com o mesmo tom horrivelmente triste e acinzentado parecia me vigiar, com ‘olhos’ de dó, porém, sem compaixão. Os pingos de chuva insistiam em permanecer firmes e fortes, diferentemente de mim, que beirava a desilusão pela vida.

- Meus pêsames Ryan. – por um instante eu havia me perdido em meus pensamentos e uma voz doce de palavras pesadas me puxou novamente para a realidade.
- Obrigado Alice... – Esbocei qualquer coisa que lembrasse um sorriso de agradecimento para a garota loira ao meu lado, que por sinal era minha prima.
- Ryan! – Ouvi outra voz, dessa vez masculina me chamando de dentro do carro que me esperava a alguns metros dali. – Vamos logo, com essa chuva vamos demorar mais ainda pra chegar em [insira nome da cidade aqui].
- Você tem certeza disso Ry? – Percebi a insegurança na voz dela, um certo temor pela minha ida talvez.
- Mais do que isso Al. – Disse com firmeza. – Já que não pude fazer nada por eles – desviei meus olhos por um segundo aos túmulos em minha frente, os túmulos de meus pais. - vou tentar fazer pelos outros, e principalmente por mim mesmo.
Com um olhar triste porém carinhoso me deu um último abraço e disse. – se cuide pequeno, tudo vai dar certo, eu sei disso...
Lhe agradeci com um sorriso menos forçado dessa vez e fui vagarosamente em direção ao carro, não quis olhar para trás talvez por fraqueza, talvez por determinação; minha única certeza era que a partir daquele momento eu teria que aprender a andar com minhas próprias pernas. Iria ter de achar a calmaria após a tormenta, se isso fosse possível,

- Vamos? – Perguntou o moreno assim que entrei no carro, consenti e seguimos nosso caminho.

Somente depois que a chuva passar saberemos se o sol vai vir a raiar novamente.


observações:
esse prólogo era supostamente pra ser de uma fic que eu e a Deh estavamos fazendo, então devo agradecimentos a mesma. *-*

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