Eu sentia os pingos de chuva se misturarem as lágrimas que rolavam em meu rosto. Sentia aquela angustia roçar minha garganta, me atiçando a gritar, não de dor, muito menos de raiva, mas simplesmente de tristeza.
Aquele cheiro de flores me deixava enjoado, nunca gostei muito de perfumes, porém aquele cheiro de flores era o mais insuportável de todos, era o que me fazia lembrar o porque de eu estar naquele lugar. E havia algo que me irritava acima de tudo; a maldita chuva. O céu que passara a manhã inteira com o mesmo tom horrivelmente triste e acinzentado parecia me vigiar, com ‘olhos’ de dó, porém, sem compaixão. Os pingos de chuva insistiam em permanecer firmes e fortes, diferentemente de mim, que beirava a desilusão pela vida.
- Meus pêsames Ryan. – por um instante eu havia me perdido em meus pensamentos e uma voz doce de palavras pesadas me puxou novamente para a realidade.
- Obrigado Alice... – Esbocei qualquer coisa que lembrasse um sorriso de agradecimento para a garota loira ao meu lado, que por sinal era minha prima.
- Ryan! – Ouvi outra voz, dessa vez masculina me chamando de dentro do carro que me esperava a alguns metros dali. – Vamos logo, com essa chuva vamos demorar mais ainda pra chegar em [insira nome da cidade aqui].
- Você tem certeza disso Ry? – Percebi a insegurança na voz dela, um certo temor pela minha ida talvez.
- Mais do que isso Al. – Disse com firmeza. – Já que não pude fazer nada por eles – desviei meus olhos por um segundo aos túmulos em minha frente, os túmulos de meus pais. - vou tentar fazer pelos outros, e principalmente por mim mesmo.
Com um olhar triste porém carinhoso me deu um último abraço e disse. – se cuide pequeno, tudo vai dar certo, eu sei disso...
Lhe agradeci com um sorriso menos forçado dessa vez e fui vagarosamente em direção ao carro, não quis olhar para trás talvez por fraqueza, talvez por determinação; minha única certeza era que a partir daquele momento eu teria que aprender a andar com minhas próprias pernas. Iria ter de achar a calmaria após a tormenta, se isso fosse possível,
- Vamos? – Perguntou o moreno assim que entrei no carro, consenti e seguimos nosso caminho.
Somente depois que a chuva passar saberemos se o sol vai vir a raiar novamente.
observações:
esse prólogo era supostamente pra ser de uma fic que eu e a Deh estavamos fazendo, então devo agradecimentos a mesma. *-*
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